O CORPO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: HABITUS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Resumo

Designadas “saber de senso comum”, “saber ingênuo” ou “natural”, diferente do saber científico, mas de grande importância para a vida social e, por conseguinte, dignas de atenção e de estudos, as representações sociais fornecem-nos os elementos que nos permitem compreender o mundo, gerenciá-lo e, até mesmo, enfrentá-lo. O presente artigo é fruto de uma pesquisa de campo, de abordagem quali-quantitativa, que buscou investigar as representações sociais acerca do corpo nas aulas de Educação Física escolar, tanto de alunos como de professores do componente curricular. Tendo em vista não existir um corte dado entre o universo exterior e o universo interior do indivíduo (ou do grupo) e que, por isso, as representações sociais instauram versões da realidade, comuns e partilhadas, urge refletirmos sobre aspectos encontrados no estudo, particularmente, envolvendo o habitus desses grupos nesses espaços, alguns dos quais discutidos a seguir, objetivo deste trabalho. A análise e a interpretação desses dados, advindos, imageticamente, do estudo, foram realizadas adotando-se o Método Documentário de análise e de interpretação de dados imagéticos, proposto por Ralf Bohnsack, e a Metodologia Qualiquantitativa do Discurso do Sujeito Coletivo, proposta por Lefèvre e Lefèvre. Os discursos, em nosso caso, imagéticos, tornaram inteligível e comunicável o imaginário social, de maneira que, neles, estiveram presentes não somente as representações sociais, mas também o habitus dos grupos produtores das imagens. Logo, qualquer análise representacional deve, pois, levar em conta seus dois componentes: o cognitivo e o social, visto que práticas e representações sociais são fenômenos interdependentes, de modo que tais representações cumprem um papel nas práticas cotidianas, exigindo que o seu estudo articule o pensar e o fazer, conforme propusemos.